O Enigma

Nada de monumento coberto de elogios. O meu epitáfio será o meu nome, nada mais.

segunda-feira, dezembro 25, 2006


Isto é

Pintei-te num quadro
eras só sombra
escura
um vulto
que aprendi a amar
olhar todos os dias
imaginar a luz em ti
brilhas-te
ofuscaste-me.

sábado, dezembro 23, 2006

O Natal não é um momento nem uma estação, é um estado da mente. Valorizar a paz e a generosidade e ter graça é compreender o verdadeiro significado de Natal. Bom natal!

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Salvação

-
Caminho pelo nevoeiro
apenas vejo sombras que se arrastam
pessoas com feridas profundas
crianças sem infância
velhos desprezados
gente suja no seu interior
almas perdidas
anjos caídos
caos.
-
Ao longe vejo um anjo
brilhante…
sinto o calor da sua bondade
a harmonia do seu espírito
a fé que me agasalha neste gelo
o seu olhar é puro
meigo.
-
Como ele está o amor
que me envolve em seus braços
e salva-me desta agonia...
Felicidade.

terça-feira, dezembro 12, 2006


Agora que as palavras secaram
e se fez noite
entre nós dois,
agora que ambos sabemos
da irreversibilidade
do tempo perdido,
resta-nos este poema de amor e solidão.

No mais é o recalcitrar dos dias,
perseguindo-nos, impiedosos,
com relógios,
pessoas,
paredes demasiado cinzentas,
todas as coisas inevitavelmente
lógicas.
Que a nossa nem sequer foi uma história
diferente.
A originalidade estava toda na pólvora
dos obuses, no circunstanciado
afivelar
dos sorrisos à nossa volta
e no arcaísmo da viela onde fazíamos amor.
(Eduardo Pitta)

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Lucifer

O dia a noite e o escuro
levanto-me da minha sepultura
pessoas cinzentas deslocam-se
os pássaros já não cantam
só restam cinzas e cadáveres
entro numa rua estreita
corpos esqueléticos tentam agarrar-me
uma luz incide sobre o meu rosto
fico pálido e gélido
é assim que me sinto bem
procuro a noite negra para acabar com a sede
olho em frente e vejo uma igreja
sigo até ela com se estivesse sobre feitiço
entro e vejo o diabo a rezar uma missa
caminho para ele com passo firme
bebo do seu sangue e como do seu corpo
pergunto-lhe por que me quer
ele apenas diz
aqui é o teu lugar.

terça-feira, dezembro 05, 2006

Escuridão

Na escuridão escondo-me
não sei para onde ir
estou perdido
quero chorar mas as minhas lágrimas não se libertam.
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Que raiva sinto por existir
apenas tou sozinho no meu mundo
na escuridão desse mundo á procura de alguma paz que desesperado procuro
cada vez mais desesperado minhas lagrimas se libertam
encrontrando caminho na minha face pálida
agora já nao tou só tenho a minha querida tristeza
caminhamos na escuridão das trevas à procura de amor

domingo, dezembro 03, 2006

A rocha
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Sou uma rocha
dura, fria, e sólida...
não sinto nada.
Não choro, nunca me apetece rir.
Sou uma rocha ao sabor do vento,
vento esse que me desgasta aos poucos,
como a água que me tenta corroer.
Tenho pensamentos demoniacos...
apetece-me ter dor, sangrar até à ultima gota.
Ouço gritos de ajuda, e nada faço.
Sou uma rocha e sou imóvel, o tempo passa por mim.
Os homens morrem e nascem, e eu permaneço aqui paralisado.
Sou uma rocha e queria ter sentimentos...